Angolanas Naturais e Amigos

A casa da carapinha Angolana

Receitas Caseiras para Hidratação a base de azeite, abacate, ovo  

1ª receita: Creme para hidratação de cabelo de compra (sem o componentes proibidos) com azeite e mel. Misture a cada duas colheres do creme de hidratação, uma de azeite e de mel.

2ª receita: Aloé vera simples- Retire das folhas e aplique ao cabelo.

3ª receita: Ovo, mel, azeite e abacate. Misture tudo e aplique ao cabelo.

4ª receita: Abacate, leite de coco, mel. Misture tudo e aplique ao cabelo.

Use uma toca ou saco de 15 a 30 minutes. Lave o cabelo e penteie como desejar.

Não se esqueçam de voltar para dizer-nos quais foram os efeitos.

Receita caseira de creme natural para pentear

1 chávena de manteiga de karaté (Shea butter)

1/2 chávena de óleo de coco cru (coconut oil)

1/2 copo (de medir para receitas) de gel de Aloé Vera ou Xandala

1 colher de sopa de óleo de Jojoba

1 colher de sopa de óleo de rícino preto jamaicano (Jamaican Black Castor Oil ou poderá usar outros óleos que possa ter).

Bata todos os ingredientes e use como creme para o cabelo. Não se esqueça de nos voltar e dizer-nos que resultados teve no seu cabelo.

Dicas de uma natureba

Bom dia cabelomanas, hoje acordei com vontade de vos dar uns conselhos úteis para o crescimento saudável do cabelo natural. A minha luta foi difícil, mas venci porque escolhi uma musa para me inspirar que é a Luziela, embora hoje em dia já me “muso” sozinha por saber das necessidades da Liberta (nome da nha juba).

Vamos começar pelo passos básicos que segui na minha jornada: 

1. Escolha uma musa que seguiste a jornada de crescimento para te inspirar. 

2. Controle a data e os ingredientes do produto. 

3. Ter sempre em casa Manteiga karité, vinagre de cidra, óleo de coco e Rícino (ou qualquer outro óleo natural. Plante uma Xandala no quintal que cuidarás com carinho, assim já tens a fonte de colheita para os tratamentos. 

4. Não deixe pessoas que não lhe inspiram confiança pegar no seu cabelo, se o coração nega foge. 

5. Fazer hidratação e lavagem do cabelo pelo menos uma vez por semana. Se tiver feito BC (Grande corte) aproveite molhar sempre que tomar banho. 

6. Sempre que trançar o cabelo compre um spray de manutenção das tranças. Isso vai permitir que o couro cabeludo se mantenha hidratado, ajudando o crescimento e fortificação do cabelo. 

7. O spray de manutenção também pode ser usado como borrifador diário do cabelo, basta aumentar os óleos da sua preferência e, voilá, é ótimo para pentear o cabelo. 

8. Penteie o seu cabelo quando estiver húmido, nunca seco, para não irritar ou causar dor no couro cabeludo. Pentea-lo após lavagem com condicionador tem sido sempre a melhor opção.

9. Massageie o seu couro cabeludo sempre que puder para ajudar a circulação sanguínea, estimulando o crescimento do cabelo. Um couro cabeludo saudável é igual a uma terra fértil que dá frutos. 

10. Quando desmanchar as tranças, não pentear logo de seguida. Ponha azeite doce no cabelo e cubra com uma toca por uma hora. Isso ajuda a sujidade que prende o cabelo a amolecer e evita que o cabelo se parta. 

11. Quando tiver comichão nunca coces com as unhas, mas sim com as pontas dos dedos. Esse método também é usado na lavagem do cabelo, pois assim não ferimos o couro cabeludo. 

12. Se não consegue cortar as pontas do seu cabelo, recorra a quem lhe fez crescer o cabelo desde pequena, a sua mãe, para ajudar. Se ela não estiver presente escolha uma amiga que esteja na mesma jornada. 

13. Nunca lave o cabelo de noite se não poderá o secar, para além de se constipar poderá causar danos ao seu couro cabeludo por ficar abafado. Para quem não usa secador, a melhor maneira de secar o cabelo é deixando ele solto. 

14. Quando quiser esticar o seu cabelo, opte pela opção sem secador, fazendo tranças viradas durante a noite ou tranças de linha. E quando quiser encaracolar, faça carrapitos durante a noite. Verá que de manhã o cabelo estará bem definido e lindo usando o creme a escolha. 

15. As irmãs de cabelo curto aconselho após lavagem usar o óleo de coco.  Fiz isso durante essa fase e achei que o cabelo crescer com brilho, saudável e forte. 

16 Beba muita água e controle a sua alimentação, o seu cabelo faz parte do seu corpo e tudo que entra para lhe alimentar também contribui para o seu crescimento. 

17. Quando tiver dúvidas peça ajuda. Tem irmãs sempre dispostas a ajudar, participe nos encontros, lá poderá constatar que o cabelo natural bem tratado cresce; e poderá fazer amizades, claro. 

18. Sempre que for a praia procure levar água normal para enxaguar o cabelo assim que acabar os banhos e leve óleo de coco para evitar danos maiores no cabelo por ficar seco. 

19. Quando fizer penteados ou tranças de estilo protector, não aperte muito para não lhe causar dor de cabeça nem arrancar o cabelo aos poucos por tanto puxar. 

20. Consultar os arquivos do grupo, fotos e fazer pesquisas sobre os produtos que pretende usar. 

EXTRA ATENCAO: Sempre que lavar o cabelo lave também os pentes e antes de partilhar lave ou procurar ter sempre o seu em sua pasta. 

Acredito que ainda existem milhões de dicas para vos ajudar, mas partilhei as que me safaram e tornaram o meu cabelo grande, farto, com brilho, forte e saudável. Espero que seja útil para vocês de forma positiva, digo que a inspiração faz crescer o cabelo porque temos vontade de fazer as coisas com mais animo. beijão e sucessos.

Autora: Natacha Gourgel

Ai, cabelo natural!

Ai, meu cabelo.

Desenho de Lwsinha MC

Ai, ai, ai! Grito não por dor no couro cabeludo pelos puxões de cabelo, mas como mãe de uma menina que receia como o mundo ao seu redor pode influenciar a forma como ela se vê a si mesma e ao cabelo dela natural.

Entre os momentos mais lisonjeantes da minha semana está o cuidado do cabelo da minha pequena, desde lava-lo a ter-la entre as minhas pernas ou eu debruçada sob ela a inventar penteados que realcem a beleza dela e a valorização do seu cabelo. Nos seus quase 9 anitos, ela sabe que o cabelo dela não é igual ao das amigas dela de descendência europeia, asiática ou do meio-riente. A minha pequena sabe que o cabelo dela molhado cai-lhe ao nível da cintura, que minutos depois encolhe até aos ombros, que molda em forma de capacete arredondado ou desarrumado, em trancinhas pequeninas individuais (bobs) ou corridinhas, como sugeriu o Teta Lando na canção Negra de carapinha dura. Ela também desfruta das suas missanguinhas que ajudam na matemática (e dos colegas da escola) ou os caracóis grossos como resultado de carrapitos. Desde cedo que a ensinei que o cabelo dela cresce em espiral desde a raiz e que não há nadinha de errado com a forma, textura e cor que ele tem. Sei que muitas outras mães (e pais) ai pelo mundo também partilham a mesma mensagem com os seus pequeninos.

Daí que é decepcionante ouvir/ler as ocorrências em alguns colégios privados por Luanda. Não tenho conhecimento de casos em outras províncias, mas aposto que, ainda que isolados, vão aparecendo aqui e alí. Esqueceram-se esses educadores das mensagens que aprenderam durante a sua mais tenra idade? Será que tiveram mensagens positivas como as que ensinamos as nossas meninas/meninos?

É verdade que queremos moldar os adultos e lideres do future demonstrando conductas apropriadas na sociedade, desde a forma de vestir como de estar. Mas, isso não pode vir em detrimento da nossa identidade negra e Africana. Os nossos educandos, filhos, não podem crescer a pensar que o padrão de beleza que os garante sucesso e prosperidade é contrário ao que eles são.

Sim, o cabelo deles faz parte da identidade deles. Pedir que se adaptem a uma norma é pedir que todos nós deixemos de ser criativos e espontâneos. Aceita-se sim que se requera que meninos e meninas penteiem o cabelo, que não saiam da cama e enfrentem o mundo apenas sem estarem apresentados. Mas, exigir que meninas trancem apenas por terem o cabelo natural, quando as suas colegas/amigas de cabelos desfrisados e com tissagens não tenham de fazer nada é discriminatório e pode afectar a auto-estima de quem se sinta lesado.

Qualquer pai pode escolher se a sua filha trance ou não o cabelo. Lei alguma estipula que meninas tenham de andar entrançadas. Podem os colégios argumentar que têm regras que possam ser mudadas para adaptar-se a necessidade. Mas, quando essas são geradas e transmitidas aos pupilos sem aviso apropriado aos pais e sem lugar para conversa e/ou moderação, chaga a torna-se ditador e corre-se o risco de haver retaliação.

Amo as minhas raízes!

Desenho de Lwsinha MC

Não nos esqueçamos que estamos em Angola, em África. A nossa identidade é também o nosso cabelo e não apenas o nosso nome, etc. Negar essa parte de nós e incuti-la as crianças desde tenra idade arrisca violar a criação de seres negros e de descendência negra que se aceitem como são no seu todo. A minha pequena, como outras meninas da sua idade, mais novas ou mais velhas, têm todo o direito de conhecer a verdadeira beleza das suas raizes, usando o seu cabelo entrançado, em caracóis, solto ou em carrapitos. Educar é também deixa-se expressar. Educar é ainda libertar, viver espontaneamente, ainda que dentro de alguns limites. Que esses limites não estanquem o auto-conhecimento dessas crianças e retraiam a beleza Angolana/Africana dos nossos filhos, sobrinhos, afilhados, educandos. Eu não tenho filhos nessas escolas que têm mudado as suas regras em Luanda, mas podiam ser os meus sobrinhos, afilhados… Daí o meu Ai, ai, ai! Que analizemos as nossas regras, o impacto das nossas decisões na formação dos nossos educandos. Lembremo-nos que educar vai para além do B-A→ Ba e do 1+1 são dois. Comecemos a soletrar beleza (B-E-L-E-Z-A) com todo o seu rigor natural numa equação que ultrapassa 1 escola, 1 direcção e inclui-nos a todos nós.

Digamos não ao preconceito sobre o nosso cabelo natural!

Por Lwsinha MC (Blogs: Outro Lado + D&P)

Cansei…

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… da falta de sensibilidade em geral das cabeleireiras africanas!

La fui eu, no sábado passado, ao salão de cabeleireiro que tinha pensado ser o melhor sitio para tratarem do meu cabelo, da forma que quero e gosto.

Começou tudo muito bem, lavaram-me o cabelo, mas já me tinham olhado mal por eu ter pedido um penteado para o qual não tinha aparentemente cabelo suficiente, mas lá dei a única resposta que sei dar nessas ocasiões “Eu sei, mas quero o penteado igual a esse, que o meu cabelo permita-me ter”.

Depois de me lavarem o cabelo, uma moça afro-americana, mal, porque o cabelo ficou todo embaçado, quando já antes tinha feito o meu tratamento para o cabelo não ficar muito embaraçado, lá secaram-me o cabelo, mal e porcamente, resultado: o cabelo já embaraçado, encolheu por ainda estar húmido, e ficou todo enrolado nas pontas. Sei lá, quem sabe a mocinha estava cansada, com dor no braço ou que…

Logo depois, la vem outra mocinha, africana, se calhar senegalesa ou guineense, que com experiência nenhuma com o cabelo natural cacheado, achou certo pentear-me as pontas todas enroladas com o pente fino. HAJA PACIÊNCIA! E mais, perguntou-me se não gosto o meu cabelo como o da cliente sentada ao meu lado, que tinha o cabelo em transição, e tinha mais de 10 centímetros de cabelo ainda liso, e seco! E depois de ter levado uma lição, muito diplomática, de como pentear cabelo natural!

Eu nao entendo… mulheres africanas que não sabem como lidar com cabelo crespo, e que ainda por cima, querem ganhar dinheiro a custa de clientes crespas! É inadmissível! De que me serve sair do salão com o cabelo todo bonitinho, sim porque no final de tudo o meu cabelo acabou mesmo bonito, se para chegar a este estado “bonito” tive que passar por um genocídio capilar??

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Ja não se pode entrar num estabelecimento de estética e confiar nas funcionarias? Assim vamos aonde? Cansei…

É nós no Instagram!

Alargamos o nosso abraço com uma conta no Instagram. Esta semana o nosso desafio é o seguinte:

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Siga-nos no Instagram e participe!

Nova Cara, Nova Vida.

Desde que o grupo foi criado no Facebook, ele já passou por muitas mutações. Desde o inicio estava muito claro que além de ser um espaço aonde pessoas que usam, tratam e valorizam o cabelo natural possam partilhar dicas e experiências sobre o cabelo, o grupo também seria uma plataforma de debates socio-culturais, intrinsecamente ligados a vivência das pessoas de ascendência africana, não só angolana, que usam cabelo natural.

No Grupo fala-se de tudo: arte, cultura, tradição, educação, ética, política, desenvolvimento, economia, direito, saúde, nutrição, psicologia, e muito mais… Na realidade, os temas discutidos no Grupo reflectem as areas de formação e perícia dos membros do mesmo, e representam a riqueza e utilidade que o Grupo tem vindo a ter para todos. Além de aprender como lidar com o nosso cabelo dito “ruim”, acabamos todos os dias um pouco mais instruídos sobre esta experiência sem igual de viver no mundo de hoje com o cabelo natural.

Como disse muito bem um/a d@s membr@s do grupo:

As vezes quando revejo os debates aqui, sorrio. Porque realmente eu gosto de todo definição,conceito, ideia, argumento que vá contra o que eu acredito. Porque ajuda me a ver para além do que me parecia ser verdade absoluta. Sair das limitações mentais. Desde o dia “1” em 2011, quando eram apenas 12 pessoas, ao dia de hoje, esta é sem dúvida a melhor plataforma que alguma vez encontrei na internet. Todos os dias aqui aprende-se. Mesmo quando o assunto começa com manteiga de Karité e acaba em Frantz Fanon. Tipo assim, aprende-se mesmo. No fim do dia, depois de debater, sentir-se injustiçado, sentir-se atacado, se relerem as publicações, sem olhar para a baixaria toda, aprende-se. E isso deveria ser o suficiente para continuarmos aqui.

Contamos de agora em diante partilhar mais e melhor as trocas que têm sido fontes de inspiração para nos no Facebook. E esperamos que escolham continuar conosco.

Vivendo e aprendendo.

Testemunho Natural – Mwana Afrika (Update)

Por vezes nas nossas jornadas naturais acontecem mudanças ou descobertas significantes. Aqui vai o update da nossa Mwana Afrika:Image

1) Há quanto tempo estás natural, quando foi o teu BC, ou durante quanto tempo transicionaste?
Natural há muito tempo. Lembro que o primeiro Bc foi feito pela Luziela em 2011. O segundo BC fiz o ano passado. Um ano natural e estou amando.

2) Como descreverias a textura do teu cabelo?
4C

3) Quais são os produtos que usas na manutenção do teu cabelo?
Uso muita água. Sim, muita água mesmo. Depois da água, que é o elemento chave é que seguem-se os óleos como: o óleo mumpeke,o óleo de coco, o aceite extra virgem. Uso também a manteiga de carité. Shampoo e condicionador de várias linhas, mas sempre SEM SAL.

4) Quais são os teus penteados favoritos?
Já usei de tudo. Quando o cabelo estava mais curto fazia twist, twist out, carapitos ….Hoje uso muita trança de linha coloridas. Para quem me conhece acha que é já uma marca minha. Faço outros penteados “sem nome”, cabelo solto ou com liberdade de expressão por exemplo lol.

 

5) Qual é a tua rotina de manutencção do cabelo?
Tratamento faço todos os sábados. Agora…molhar ele, faço em todos os banhos.

6) Quais são os teus objectivos para o cabelo?
Deixar ele o mais Afro possível (…)

7) Como mantens o cabelo intacto durante a noite?
Depois de fazer uns twist, boto um lenço de lã, geralmente.

8) Da uma razão pela qual usas e adoras o cabelo natural.
Sinto-me original quando tenho o meu cabelo natural. Procuro fazer diferença e fazer diferente.

Para muitos, manter um visual, mais parecido com a nossa identidade, a nossa cultura, nunca é estético.

Entristeço-me sempre que reparo até onde vão os estereótipos de beleza. Desde que livrei-me a droga cremosa, o famoso relaxamento e livrei-me do extensões, procuro mostrar mais o meu EU.

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Nossa pagina no Tumblr

Para mais beleza natural angolana, visite a nossa pagina no Tumblr:

wizdomgiva.tumblr.com

Testemunho Natural – Erica Crespo Linda

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1)     Há quanto tempo estás natural, quando foi o teu BC, ou durante quanto tempo transacionaste?

R: estou natural a 8 meses, o meu BC foi no dia 11/08/12 as 8:30 min

2)     Como descreverias a textura do teu cabelo?

R: talvez 4C

3)     Quais são os produtos que usas na manutenção do teu cabelo?

R: uso mais azeite extra virgem, mel, ativador de cacho da afro, óleo de coco feito por mim, ensinado pela Sandra Quiala e youtube hihihihihi.

4)     Quais são os teus penteados favoritos?

R: black power, puff, bantu knot, e mais alguns que não sei o nome.

5)     Qual é a tua rotina de manutenção do cabelo?

R: hidratação, 3 vezes por semana, uma vez banho de óleo

6)     Quais são os teus objetivos para o cabelo?

R: meu objetivo é mante-lo sempre crespo, por se tornar mais económico quer a nível financeiro quer a nível de gestão de tempo e me acho mais linda e genuína comigo mesma

7)     Como manténs o cabelo intacto durante a noite?

R: amarro um lenço por vezes com trança outras assim mesmo.

8)     Da uma razão pela qual usas e adoras o cabelo natural.

R: pra mim é um protesto contra a escravidão mental que se faz em torno do que é realmente belo, e aprendi que sou bela da maneira que Deus me fez” crespa”